quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

São Joaquim & Oxossi



Com as bênçãos de todos os santos vamos ao nosso terceiro dia de filmagem! Recomeçamos com um dia cheio de ritos e oferendas, o encontro da fé e a economia do candomblé encontrada nas ruas e becos da feira. Feira de São Joaquim. O santo católico que nomeia o nosso set de filmagem tem no sincretismo religioso o orixá Oxossi como seu correlato. Oxossi é o orixá da caça e da fartura, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da riqueza!




Pela feira encontramos Pomba Giras e Exus logo por suas entradas. São flores na fachada, sambas e meninos, frutas, verduras, um colorido encantador, pimentas, conservas, canas de açúcar, roupas e sapatos. A lista é sem fim, vemos salões de beleza, barracão dos quiabos e um mundo de experiências visuais, olfativas, tacteeis. Uma ode ao consumo onde se revisita a velha Bahia, um lugar de resistência onde encontramos o peculiar modo de ser e viver do povo baiano.


Òké Aro!!! Arolé! Oxóssi.


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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O pinho e a rosa

Nesse documentário tenho a sorte de reunir duas grandes amigas, de longas primaveras, Rosa Fortes e Cristiane Pinho. Irmãs de um terreiro maior chamado Universo, elas figuram no filme e abrilhantam a baianidade nagô no que é feminino e cheio de fé. Festejo aqui o meu contentamento em tê-las participando neste doc. como representantes da doce oferenda que são as Yabás que nos protegem e abençoam sobre essas Águas de Meninos e meninas!
Cristiane Pinho
Rosa é dona de uma bela voz e a nossa trilha sonora irá ser abrilhantada com a força e suavidade por ela cantada e inspirada  nos encantos dos Orixás.

Rosa Fortes
Em próximos posts falarei sobre o meu guia Pai João, que representa a expressão do sobrenatural na feira das matas, na Feira de São Joaquim e da especial trilha sonora que estamos pensando para fisgar sua atenção em grande estilo!


Luz, câmera e ação sobre nossa história!

Iniciando a filmagem com Carl
Dia de MAM (Museu de Arte Moderna), muito sol e ventos fortes, uma locação belíssima de nossa cidade onde reunimos o urbanista e especialista em feiras Carl Von Hauenschild, dica preciosa do amigo Marcos Pierry, e a historiadora com dois mestrados, um em Estudos Étnicos e Africanos na UFBA e outro em Arqueologia na UFS, a Luciana Novaes.
Nossa equipe se divertindo com Luciana
Nossa alegria foi enorme ao vê-los falar com tamanha propriedade e paixão sobre os temas ligados a Feira e descobri pérolas raras frutos da pesquisa arqueológica sobre Água de Meninos, em que Luciana discorre sobre o material arqueológico submerso encontrado na enseada de São Joaquim, que no inicio do séc XX ainda pertencia a enseada de Água de Meninos, onde situava a Feira do Sete que também pegou fogo e assim se originou a Feira de Água de Meninos, ainda nas primeiras décadas do séc. XX. Uau! É mesmo para ficar curioso sobre o que mais foi revelado neste dia. Aguardem e confiem que teremos muitas surpresas boas até o final dessa jornada cheia do prazer que é fazer cinema com essa gente sabida!

O primeiro dia a gente não esquece e agradece!

Foi no dia 20 de dezembro, estávamos todos sintonizados e de peito aberto para encontrar o melhor de cada um que cruzasse o nosso caminho e deixasse se registrar por nossa câmera, nela fisgamos depoimentos sinceros. Começamos com o presidente do sindicato, Marcilio que nos apóia e nos conta a sua luta e a vitoria compactuada com a esperança de um futuro melhor para todos na Feira de São Joaquim.
A equipe no primeiro dia de filmagem na Feira
Dira, minha mãe pequena, cuidadora de mim e de amigas queridas, ela é baiana de acarajé e com seu sorriso largo abriu os caminhos e nos levou a grata surpresa que foi o Seu Pascoal, ele se emocionou ao falar do fogo que queimou Água de Meninos e nos conta se lembrar da produção de “Sol Sobre a Lama” nos idos de 1963.
Eu e Seu Pascoal
Dia intenso, cheios de colorido e magia. Obrigada meus deuses, orixás de nossa guarda, força coletiva do bem que se une e faz cinema na Baia de Todos os Santos!